quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Peneda-Gerês em polvorosa

O Parque Nacional da Peneda-Gerês localiza-se na região Norte de Portugal abrangendo os concelhos de Arcos de Valdevez, Montalegre, Ponte da Barca, Terras de Bouro e Melgaço e as serras da Peneda, Soajo, Amarela, Gerês e, ainda, os planaltos do Laboreiro e Mourela. O seu ponto mais elevado é de 1508m e situa-se nos carris. Este parque totaliza uma área de 70 290 hectares e destes, 5 275 hectares pertencem ao Estado (Matas Nacionais), 45 577 hectares são terrenos baldios e a restante área é propriedade privada. O P.N.P.G. é a única área protegida nacional que possui a categoria de Parque Nacional, o nível mais elevado de classificação das áreas protegidas.
Recentemente o Governo, sem ouvir as populações, decidiu impor um novo plano de ordenamento no Parque Nacional Peneda-Gerês quando é proprietário apenas de 7,5% do território.
Foi há mais de um século que o Estado começou a apropriar-se indevidamente dos direitos das gentes dos concelhos deste parque e, em particular, das gentes de Terras de Bouro e quer, teimosamente, continuar a atropelá-los. Por isso, hoje, é tempo de dizermos basta! É tempo de nos defendermos para que o Estado não continue a asfixiar o nosso concelho. É tempo de lutarmos contra os homens de colarinho branco que com sapatos de verniz querem apoderar-se do que é privado ou pertença das comissões de baldios.
Se persistirem na teimosia de quererem impor-nos taxas e proibições nos terrenos privados do nosso concelho, todos os terrabourenses terão de se unir e apoiar incondicionalmente o movimento cívico Peneda-Gerês Com Gente.
Defender os nossos direitos contra o despotismo do Estado, que a partir de Lisboa quer continuar a prejudicar as nossas gentes humildes, será este o nosso caminho.
"Nem Salazar nos tratou assim!" Por autismo ou por ignorância, ao conferirem um estatuto selvagem ao parque nacional, esqueceram-se de que os parques com este nome existentes em todo o Mundo não têm gente a viver lá.
Nós, na nossa terra, apenas queremos uma vida digna. E isso parece que é pedir muito!
Texto publicado neste blogue.

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