sábado, 22 de maio de 2010

Cruzeiro de S. João do Campo

Quem defende o Cruzeiro?
A nossa freguesia conta, entre o seu valioso património construído, com o popularmente designado "Cruzeiro", considerado como Monumento Nacional através de um decreto-lei de 15 de Junho de 1910 -há quase cem anos, -portanto publicado no "Diário do Governo" n.°136, de 23/06/1910.
Trata-se, para muitos historiadores, de um monumento de características invulgares, construído sobre um miliário da Geira, referente à milha XXVII, cuja base tem a forma circular, com três degraus. A coluna circular aproveita esse marco miliário, não dispondo de capitel. A cruz latina tem pintada a representação escultórica de Cristo, sendo o alpendre aberto de planta triangular, com o telhado apoiado em três colunas de granito.
A cobertura interior de madeira e exterior em chapa de zinco pintada a vermelho escuro e o marco miliário sobre o qual assenta o Cruzeiro data do tempo do Imperador César Trajano, nele constando a seguinte inscrição: " IMP. CAES. G. MISSO TR. DACO NVTO PIO FEL. AVG. P.MAX TR. P. P.C.IIII C. II P.P. A BRAC. M.P. XXVII". Através desta inscrição, ficou a saber-se que este padrão se dedicou ao Imperador César Trajano, Piedoso, Venturoso, Augusto, Pontífice Máximo, Tribuno do Povo, Procônsul quatro vezes, e duas cônsul, sendo seus legados ou Pretores Gayo Misso e Daco Nuto; e da Augusta Imperial cidade de Braga a este sítio são vinte e sete milhas.
Face à riqueza histórica e patrimonial deste Cruzeiro, era conveniente que, para a sua salvaguarda e preservação, se procurasse protegê-lo de eventuais agressões materiais a que a sua localização, em pleno entroncamento das estradas que ligam Covide a esta freguesia e dali para Carvalheira e Gerês, pela Chã de Lamas, está sujeita. Ainda recentemente, um aparatoso acidente de viação registado nesse local, não destruiu por um triz o referido monumento nacional. Impõe-se, por isso, e porque "mais vale prevenir do que remediar", que as entidades responsáveis estudem e concretizem a melhor solução para o defender. Antes que seja tarde de mais!...
Fonte: Jornal Geresão, em 20 de Maio de 2010

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