quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Incêndios: criadores de gado contentes com apoios para pastagens queimadas

Os criadores de gado que hoje acompanharam a visita do ministro da Agricultura ao Soajo, Arcos de Valdevez, manifestaram-se, em geral, satisfeitos com os apoios financeiros à alimentação do gado, prejudicada pelos recentes incêndios.
Em declarações à Lusa, a agricultora e produtora de gado Maria Cunha, da vila do Soajo, disse que os incêndios lhe destruíram as pastagens: “todos os dias metíamos os animais ao monte a pastar e à noite voltavam à corte, mas agora não temos para onde os levar, temos que os ter encerrados e de lhes dar feno”, referiu, depois de uma conversa sobre o tema com o titular da pasta da Agricultura, António Serrano.
O ministro da Agricultura anunciou hoje no Soajo, Arcos de Valdevez, que o Governo vai atribuir 40 euros por ovino ou caprino ou 100 euros por bovino aos criadores de gado de 150 freguesias afectados pelos incêndios.
Em declarações aos jornalistas, António Serrano disse que o levantamento feito pelos serviços do Ministério concluiu que houve 150 freguesias seis distritos onde as pastagens foram afectadas pelos incêndios.
O ministro ouviu também vozes críticas de alguns criadores de gado, que acharam pouco os 40 euros por animal, e de membros da Associação local «Soajo com gente» que se pronunciaram contra os métodos de gestão do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade.
Para Maria Cunha, se o apoio vier, de facto, “vai ajudar muito”. Se não vier - friso u - “vamos ficar em falta”.
Isto por que, há quatro anos, a zona do Soajo também ardeu e o governo - lembraram alguns dos presentes - também prometeu ajuda que nunca chegou.
Para esta pequena agricultora - numa zona serrana em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês e a poucos quilómetros da fronteira galega - as dificuldades causadas pelas chamas somam-se aos atrasos nos subsídios do Ministério da Agricultura a que têm direito.
“Os subsídios não vêm e nós temos de pôr o dinheiro”, sublinhou, assinalando que antes dos fogos se comprava o feno - vindo de Espanha - “por outro preço”.
Acrescentou que “agora, em lugar de venderem 200 já só arranjam cem”.
Maria Cunha explicou, a propósito, que “a zona não tem feno, está esgotado, e o que se colhe é pouco”.
Disse que não consegue ainda contabilizar os prejuízos, dado que não sabe se os animais que vão para o monte no começo do verão - onde ficam quatro ou cinco meses, conforme a tradição - estão todos vivos: “alguns começaram a descer, mas há outros que ainda não conseguimos encontrar”, contou.
Sobre as causas dos incêndios ocorridos na zona das serras da Peneda e do Soajo, no Parque Peneda-Gerês, diz que não sabe mas sublinhou que as chuvinhas caídas nos últimos dias “apagaram tudo”.
Fonte: Lusa, em 25-08-2010

1 comentário:

Anónimo disse...

Quando as ajudas prometidas chegarem...já morreram todos, todos sabemos como é...