terça-feira, 28 de setembro de 2010

Suspensas quatro equipas de sapadores florestais

Quatro das seis equipas de sapadores florestais geridas pela Associação Florestal do Cávado (AFC) estão inactivas, depois de vários elementos terem pedido a suspensão dos contratos de trabalho por ainda não terem recebido sequer o salário de Agosto.
Em causa estão as equipas de sapadores florestais (ESF) de Amares, Barcelos, Vila Verde (uma das duas existentes) e Terras de Bouro.
A suspensão aconteceu a semana passada e envolve 17 sapadores.
Um dos sapadores florestais nesta situação disse ao 'Correio do Minho' que as pessoas querem continuar a trabalhar, mas também têm compromissos a cumprir e precisam do salário.
Em atraso está o salário de Agosto, subsídio de férias correspondente e avizinha-se já o final de Setembro.
A AFC - que é a entidade gestora das ESF daqueles quatro concelhos e ainda de Esposende - não pagou os salários, mas recebeu as comparticipações da Autoridade Florestal Nacional (AFN) e das Câmaras Municipais, decorrentes dos protocolos para a manutenção das equipas.
Questionados pelo 'CM', os municípios de Amares e de Barcelos, pela voz do presidente e do vereador da Protecção Civil, respectivamente, confirmam a suspensão das equipas e garantem que têm cumprido integralmente o protocolo, transferindo as verbas protocoladas.
Mesmo, assim, as duas autarquias já solicitaram mais esclarecimentos à AFC e deverão reunir-se esta semana.
O município de Terras de Bouro, através do vereador da Protecção Civil, Luís Teixeira, alega a necessidade de 'repensar o protocolo de forma a adequá-lo às circunstâncias actuais' e afirma que aguarda informação adicional da AFC.
O 'C.M' sabe que o município terrabourense não está a pagar as despesas protocoladas, desde o início deste ano.
Os sapadores florestais que avançaram com a suspensão dos contratos estão dispostos a voltar ao trabalho, desde que o que está em atraso seja saldado, afirma o elemento que falou ao 'C.M.'
O presidente da Direcção da AFC, José Campelo, admite “alguns atrasos no pagamento” que atribui a “questões de tesouraria”, mas acredita que até ao final deste mês, início de Outubro, conseguirá regularizar a situação.
O dirigente da AFC argumenta que as dificuldades financeiras decorrem do não avanço das zonas de intervenção florestal (em que foram investidos milhares de euros) e da falta de projectos AGRIS, entre outras questões, acrescentando que “a floresta portuguesa tem sido maltratada”.
Quanto aos protocolos para as ESF, aquele responsável elogia o “comportamento excelente da AFN e das autarquias”.
Apesar das dificuldades actuais, José Campelo garante que a Associação tem condições para manter as seis equipas que gere.
Fonte: Correio do Minho, em 27-09-2010

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