segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Bebé de quatro meses vê recusada assistência médica em Moimenta

Um utente do Centro de Saúde de Moimenta, em Terras de Bouro, está indignado com a falta de tratamento e atendimento a que a sua filha, uma bebé com apenas quatro meses de vida, foi sujeita, apesar de apresentar “fortes problemas de respiração e muita tosse”.
Os problemas da criança terão surgido durante a tarde, mas foram-se agravando à medida que o dia ia avançando. “À medida que a noite avançava resolvi passar no Centro de Saúde do concelho antes de avançar para qualquer outro lado”, conta o utente em questão, optando por não desvendar a identidade com receio de descriminações em futuras deslocações àquela unidade de saúde.
Tudo se terá passado por volta das 18h00, altura em que responsáveis do Centro de Saúde terão dito ao utente em questão que não havia consultas abertas, uma vez que decorria uma reunião de médicos.
“Será que ninguém podia vir dar uma assistência a uma bebé de quatro meses e, pelo menos, indicar-me onde me dirigir de imediato para resolver o problema”, interrogou-se o terrabourense, considerando que “este tipo de situações é muito grave”.
De seguida, conta, arrancou logo para Vila Verde, acompanhado da mulher em direcção ao Hospital da Misericórdia. Aí, garante, “o médico de serviço observou a bebé e diagnosticou-lhe uma bronquite em estado avançado, defendendo que o melhor seria levá-la para o Hospital de Braga.
“Para se ter uma noção do estado da bebé, num hospital onde se costuma demorar horas – como é o de Braga – a minha filha foi atendida em menos de dez minutos”, contava o utente, revoltado.
Visivelmente transtornado, este utente não compreendia porque não teriam os médicos, “pelo menos, visto o que a criança tinha”. “Se vissem que não tinham meios, reencaminhavam-me para Braga”, considerou.

Problemas são “reflexo das alterações introduzidas e dos cortes feitos”
No entender do utente terrabourense que reclama do Centro de Saúde de Moimenta, o alegado mau atendimento prestado será um “reflexo prático das alterações introduzidas no modo de funcionamento do centro e dos cortes feitos”, até porque afirma, sempre que lá vai, “há cada vez menos médicos”.
Assim, “urge fazer alguma coisa”. “As pessoas que mandam não têm noção de como isto anda, porque se soubessem estariam, de facto, muito preocupados, como eu estou”, acredita o pai da bebé que foi examinada em Vila Verde.
A solução, acredita, passa por uma manifestação popular e por protestos veementes de quem se sinta prejudicado. “Vemos constantemente, nas televisões, manifestações de várias populações que lutam pelo bem do seu concelho e não necessariamente contra os dirigentes locais”, observou o utente considerando que “se não são ali colocados mais médicos, os que ali laboram não podem fazer mais”.
“Se não tivermos o apoio de diversas entidades, não acredito que as pessoas avancem para tal tipo de manifestação. Desta forma, gostaria de chamar a atenção de todas as entidades locais e regionais para os problemas e pedir-lhes que se juntem à população de Terras de Bouro. Como me aconteceu a mim, com certeza acontece a muita mais gente”, desafiou o utente, esperançado num acolhimento eficaz da mensagem.
Fonte: Terras do Homem, em 18-02-2011

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