segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Núcleo de estudos promove jornadas sobre lobo ibérico

O NEPML — Núcleo de Estudos e Pesquisa dos Montes Laboreiro leva a efeito no próximo fim-de-semana as II Jornadas sobre o Lobo Ibérico.
Estão identificadas subespécies de lobo com variações da cor do pelo: brancos nas proximidades do círculo polar, cinzentos ou pardos nas zonas mais temperadas. O ibérico é uma subespécie do lobo pardo.
O lobo tem sobrevivido a fojos, armadilhas, batidas, armas de fogo, laços e venenos. A sua atracção pelo gado doméstico valeu-lhe o estatuto de inimigo a abater. O conflito com o homem, contribuiu de forma significativa para a regressão da espécie e é um dos grandes problemas da sua conservação.
Predador, o lobo sofre com a redução das suas presas, vítimas da acção humana, por efeitos da urbanização, seja devido à caça. O seu território tende a reduzir-se a zonas de montanha, que no Noroeste da Península Ibérica ocorre entre a Peneda-Gerês e as Astúrias, invadindo espaços ocupados pelo homem, atacando rebanhos ou galinheiros.
O lobo possui apurados sentidos da visão, audição e, especialmente, olfacto. Os adultos podem medir 2 metros com cauda, pesar entre 72 a 110 kg e altura entre 70 a 90 cm.

Difícil equilíbrio na convivência com o homem
No blog www.ecotura.com, lê-se: “andam a soltar lobos! O pessoal do Parque largou uma série de lobos no monte.” São frases facilmente ouvidas nas comunidades rurais.
Os lobos, geralmente, vivem em grupo — a alcateia liderada por um macho e uma fêmea alfa, que por sua vez são os únicos reprodutores. Quando a fêmea alfa se prepara para parir, cava uma toca onde fica até que as crias se tornem suficientemente grandes para apresentar aos membros do grupo. A fêmea alfa não permite que ninguém entre na toca, nem sequer o macho alfa, a não ser para lhes trazer comida.
Quando os adultos chegam duma caçada, regurgitam pedaços de carne para as crias.
Após um ano, ou pouco mais, aprender a caçar, técnicas de sobrevivência e a hierarquia social complexa. Os filhotes podem dispersar ou ficar membros da alcateia. A sua longevidade na natureza ronda os 7 anos enquanto em cativeiro podem atingir os 17/ 18 anos.
“A convivência, desde as épocas pré-históricas, dos humanos com o lobo deu origem a um rico património cultural. Este património é expresso em crenças e aspectos materiais, muitos deles ainda vivos na memória ou práticas quotidianas rurais da Península Ibérica, e já impossíveis de encontrar em outras regiões da Europa.
Exemplo da herança cultural, encontram-se as diversas normativas ou tecnologias tradicionais destinadas à caça deste animal ou a percepção simbólica a ele associada, que persiste no imaginário popular e na tradição oral”, escrevem os organizadores.
Fonte: Correio do Minho, em 28-02-2011

Sem comentários: