sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Presidente da Câmara em entrevista ao jornal “Desportivo Vale do Homem”

Publicamos entrevista feita por José Guimarães Antunes ao Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal, Dr. Joaquim Cracel Viana.
Terras de Bouro está a apostar no fomento da prática desportiva. O concelho dispõe de dois campos de futebol de 11 com boas condições para a prática da modalidade. O Estádio Municipal, onde joga a A.D. Terras de Bouro, está dotado com piso sintético, enquanto que o campo do G. D. Gerês é em terra, mas em bom estado para jogar futebol.
De referir, também a existência de dois pavilhões gimnodesportivos, um em Rio Caldo e outro na Vila de Terras de Bouro, também com óptimas condições.
As freguesias mais pequenas dispõem de pequenos campos de futebol de cinco ou de sete, que, salvo uma ou outra honrosa excepção, nomeadamente Campo do Gerês, Chorense e Valdosende, estão a precisar de significativas obras de requalificação.
A piscina municipal está em fase de acabamentos e em Maio abrirá ao público o que permitirá dinamizar a natação.
O jornal Desportivo Vale do Homem entrevistou o presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro, Dr. Joaquim Cracel Viana, que caracterizou as infra-estruturas desportivas concelhias, falou das intervenções a realizar e fez o ponto de situação do desporto concelhio, tendo considerado a prestação das nossas equipas federadas, globalmente, positiva.

Desportivo Vale do Homem: Como avalia as infra-estruturas desportivas do concelho?
Joaquim Cracel Viana: As estruturas mais positivas são os dois pavilhões gimnodesportivos, o campo de futebol municipal, onde joga a A.D. Terras de Bouro, com o piso sintético, e o campo do G.D.Gerês que, mesmo em terra batida, tem condições satisfatórias uma vez que renovámos o piso e reconstruímos os balneários.
As mais deficitárias são os campos de futebol de cinco ou de sete, em algumas freguesias, nomeadamente Souto, Ribeira, Balança, Vilar, Chamoim, Carvalheira, Covide e Cibões.
Este é um bom exemplo de como se planificam obras “megalómanas” e não se acabam por não haver mais dinheiro.
DVH:
Que tipo de intervenção pensa fazer a curto/médio prazo nas mais deficitárias?
J.C.V.: A curto prazo, talvez um ano, penso acabar o polidesportivo de Souto que está parado há três anos. Nesta infra-estrutura desportiva, já foram investidos cerca de 75 mil euros, mas os balneários custaram mais de 60 mil euros e, por isso, o montante remanescente não chegou para concluir a obra. Este é um bom exemplo de como se planificam obras “megalómanas” e não se acabam por não haver mais dinheiro. É lamentável!
Penso, ainda, requalificar quatro campos (Ribeira, Balança, Chamoim e Carvalheira) a curto/médio prazo, dependendo estas requalificações do nosso desempenho orçamental, face a tantas diminuições e restrições na receita e despesa do Município.
Nunca pensei que o Governo, em ano e meio, retirasse do orçamento municipal 770 mil euros de receita.

DVH: Como caracteriza a actividade desportiva no nosso concelho?
J.C.V.: Julgo que quem quer praticar desporto tem o mínimo de condições. Como terrabourense e como presidente da câmara, gostaria que a actividade desportiva fosse mais regular. Gostaria, sobretudo, que os nossos jovens tivessem mais oportunidades para se dedicarem ao desporto. Nesse sentido, a Câmara Municipal organiza, todos os anos, o campeonato concelhio de futsal, que acaba por ser o momento mais aguardado por muitas associações para dinamizar a prática desportiva. Neste momento, estamos a preparar alterações no apoio aos clubes federados de forma a garantir a presença de jovens do concelho nas fileiras dos clubes.
DVH: Considera que deveriam aparecer mais colectividades a promover o desporto no concelho?
J.C.V.: Considero que devem aparecer mais colectividades a dinamizar o desporto, sobretudo outras modalidades, como o atletismo, que já foi uma modalidade com tradição no nosso concelho. Algumas Associações (por ex., a AC Ribeira) promovem provas de atletismo, mas só ocasionalmente.
Estamos a tentar que o ICBN permita a canoagem na albufeira de Vilarinho da Furna. Se conseguirmos isso, seria uma actividade desportiva muito interessante e apelativa.
Nunca pensei que o Governo, em ano e meio, retirasse do orçamento municipal 770 mil euros de receita.

DVH: Assiste-se à revitalização das associações culturais e recreativas do concelho, processo que está a ter o apoio da autarquia. Um exemplo é o apoio à participação do Núcleo Rio Homem no campeonato de Futsal da AF de Braga. Conhece outros projectos desportivos em embrião?
J.C.V.: A Associação Lírio do Gerês está a participar no campeonato do INATEL, que é um bom começo. A Associação Recreativa do Campo do Gerês participa regularmente, com muito êxito, em provas de orientação e de atletismo.
Mas, não tenho conhecimento de outros projectos que promovam a prática desportiva de forma regular ou sistemática.
DVH: Como classifica a prestação desportiva das equipas do concelho na AF de Braga?
J.C.V.: A prestação das duas equipas seniores do concelho em futebol de 11 (AD Terras de Bouro e GD Gerês) tem sido muito positiva, bem acima das minhas expectativas.
A prestação das camadas jovens do G.D. Rio Caldo, em futsal, tem feito um campeonato excelente. No escalão dos juvenis estão a lutar pelo primeiro lugar, encontrando-se, neste momento, a dois pontos do líder.
A prestação do Núcleo Rio Homem no campeonato de futsal tem sido positiva, tendo em conta que é a sua primeira participação no campeonato sénior da A.F. Braga.

Sem a verba da Câmara, o Núcleo Rio Homem não teria possibilidade de estar a competir a nível federado.
DVH: Que pensa do projecto do Núcleo Rio Homem e de todas as outras iniciativas que, no âmbito desportivo, lhe possam ser propostas?
J.C.V.: Já fui desportista “regular” e elogio quem se dedica a promover o desporto. O Núcleo Rio Homem, querendo que os jovens do Vale do Homem praticassem uma modalidade desportiva regular, apostou no futsal. Sempre tiveram o meu apoio. Mas o meu gosto era ver todos esses jovens a jogar na AD Terras de Bouro.
Estarei sempre aberto a apoiar todas as iniciativas que promovam o desporto. Conhecemos muito bem as vantagens da prática desportiva de forma regular.

DVH: O apoio que a autarquia dá ao Núcleo Rio Homem é suficiente?
J.C.V.: A autarquia dá um apoio de 500 euros por mês (5.000 mil euros / época) para ajudar nas despesas com os jogos: árbitros e segurança. Paga o aluguer do pavilhão à entidade gestora, Agrupamento de Escolas de Terras de Bouro, sempre que o Núcleo Rio Homem treina ou joga (cerca de 300 euros / mês) e faz o transporte da equipa para os jogos que se realizam fora. Globalmente, a autarquia estará a dar um apoio económico de cerca de 950 euros/mês o que dá cerca de 9.500,00 € por época. Julgo que é um apoio significativo e suficiente. Sem este apoio, o Núcleo Rio Homem não teria possibilidade de estar a competir a nível federado.

DVH: Para quando as piscinas municipais?
J.C.V.: As piscinas municipais estão na fase de acabamentos. Tudo indica que durante o próximo mês de Abril as obras estejam concluídas. Estamos a preparar tudo para a inaugurar, e abrir ao público, no final de Maio.
DVH: Quais os principais constrangimentos na construção das piscinas municipais?
J.C.V.: O principal constrangimento prende-se com o financiamento da obra. Conseguimos um apoio do QREN/ON2 de 500 mil euros, mas o custo final da obra ronda os 1,4 milhões de euros. A autarquia está a pagar cerca de 900 mil euros do seu orçamento. É um grande esforço financeiro no momento em que o Governo, devido aos PEC, nos retirou em 2010, e vai retirar em 2011, cerca de 770 mil euros de receita.
Se o tanque ficasse em forma de L, seria uma piscina muito “limitada”, não só esteticamente, mas, sobretudo para a fruição dos utilizadores e para a natação competitiva.

DVH: O que foi melhorado nesta infra-estrutura?
J.C.V.: Quando tomei posse como presidente da Câmara, tratei de alterar a cuba ou tanque, pois tinha a forma de L e optei por uma forma rectangular. Num dos lados da piscina havia 8 metros de largura e noutro lado só quatro metros! A piscina tem, agora, 25m x 8 m. Julgo que ficou muito melhor. Esta alteração custou cerca de 60 mil euros, mas vai valer a pena. Se o tanque ficasse em forma de L seria uma piscina muito “limitada”, não só esteticamente, mas sobretudo para a fruição dos utilizadores e da natação competitiva.
Também escolhemos outros materiais para o interior, que nos pareceram mais ajustados e estéticos.
DVH: A piscina terá uma procura significativa? Como prevê que seja dinamizada?
J.C.V.: Julgo que vai ter uma procura significativa por parte dos habitantes desta área, dos concelhos de Terras de Bouro, Amares (Sequeiros e Caldelas) e Vila Verde (Valdreu, S. Martinho, S. Pedro, etc.).
Como sabe, a piscina terá um coordenador técnico, obrigatoriamente licenciado em Educação Física, que terá de dinamizar a piscina o melhor que puder e souber. Certamente que irá propor (se não o fizer, eu tratarei disso) várias actividades e a natação competitiva é sempre uma das actividades mais frequentes. Foi com o intuito de promover a natação competitiva que decidi alterar a forma do tanque. Se fosse em L, como estava, nunca poderíamos ter aqui qualquer prova a nível distrital, pois só havia duas pistas de 25 metros. Agora já podemos!
DVH: As piscinas serão uma mais-valia para o Agrupamento de Escolas de Terras de Bouro. Já há um protocolo para a sua utilização?
J.C.V.: As piscinas serão uma mais-valia para todo o concelho (e arredores). Certamente que os alunos serão os maiores beneficiários.
Ainda não há qualquer protocolo. Entretanto, estamos já a pensar num protocolo com o A.E. Terras de Bouro e com outras Instituições (por exemplo, Centros Sociais), de forma a proporcionar a todos os alunos e idosos aulas de natação. Vai ser muito importante para as nossas crianças e jovens e também para os nossos idosos.
Decisão sobre o sintético do Gerês só em Junho

DVH: Para quando o relvado sintético, no Campo da Pereira, no Gerês?
J.C.V.: Já tenho três orçamentos sobre o relvado sintético para o campo do G. D. Gerês. O mais barato é de 230 mil euros Agora, a direcção do GD Gerês também quer uma bancada, que está estimada em cerca de 150 mil euros. Não há candidaturas para obras deste tipo, uma vez que o concelho já possui um piso sintético. Sinceramente, não sei o que fazer. A câmara, como todas asedilidades, está com grandes dificuldades financeiras. Só poderemos concretizar esta obra se recorrermos ao crédito bancário. Não há outra forma. Vou avaliar a evolução do orçamento municipal até Maio e, no início de Junho, tomo uma decisão.
Vandalização da carrinha de Futsal de Rio Caldo

DVH: Que tem a dizer sobre a vandalização, em Guimarães, da carrinha da equipa de Futsal de Rio Caldo. Vieram pedir-lhe apoio?
J.C.V.: Quando aconteceu a lamentável vandalização da carrinha da equipa de Futsal de Rio Caldo, telefonei a um dos directores a manifestar a nossa solidariedade e o nosso apoio. Fui informado que a carrinha tem seguro contra todos os riscos e que, por isso, a sua reparação não iria sobrecarregar as finanças do GD de Rio Caldo. Mas o clube sabe que pode contar com a autarquia. Neste momento, estamos a dar um apoio mensal de mil euros (10 mil euros por época), pois há dois escalões de formação que estão em competição, e pagámos o aluguer do pavilhão onde treinam e jogam (mais de 500 euros por mês). É outro clube que existe porque a autarquia está a apoiar e a incentivar (e a acarinhar).
Fonte: Desportivo Vale do Homem, em 17-02-2011

Sem comentários: