quarta-feira, 16 de março de 2011

Universidade do Minho testa medidas na Serra do Gerês

O Núcleo de Investigação de Geografia e Planeamento (NIGP), o Departamento de Geografia da UM e o Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) co-organizam o meeting científico, que na abordagem àquela problemática aponta algumas das medidas que se podem e devem adoptar depois dos incêndios florestais, no sentido de evitar que seja necessário esperar 40, 50 ou até 100 anos para voltarmos a ter um solo fértil ou arborizado.
«0 nosso objectivo é não deixar que isso aconteça», apontou aquele responsável, defendendo que devem ser tomadas medidas imediatas para impedir que os nutrientes sejam lavados. As medidas são imensas, das mais simples às mais complicadas. Porém, «por vezes, bastam coisas tão simples como espalhar palha no terreno ardido», ilustra Bento Gonçalves.

De resto, a Universidade do Minho tem em curso um projecto na Serra do Gerês - fortemente afectada pelo fogo em 2010 - para determinar qual a quantidade de palha que imprime uma verdadeira protecção aos solos ardidos. Mas «espalhar palha numa área ardida reduz substancialmente a erosão física e a erosão química». Paralelamente, no âmbito dos mesmo estudo no Gerês, os especialistas estão a recorrer à caruma, às agulhas dos pinhais envolventes que não foram queimados, espalhando o elemento existente no ecossistema para imprimir mais protecção aos solos.
A Universidade do Minho foi escolhida para ser palco da terceira edição do International Meeting of Fire Effects on Soil Properties, a decorrer no campus de Azurém, em Guimarães. A iniciativa, que assenta essencialmente nos efeitos dos incêndios florestais nas propriedades dos solos, prevê cinco palestras e a apresentação de mais de 60 comunicações orais e em posters, cujos temas centrais são a floresta e o solo, dois dos recursos naturais mais ameaçados no país. A conquista da realização do meeting internacional, que já teve edições em Espanha e na Turquia, «acima de tudo é um reconhecimento para o trabalho desenvolvido pela Universidade do Minho e também muito bom para o Departamento de Geografia e o NIGP, além de constituir um reconhecimento para os investigadores da UM», considerou António Bento Gonçalves.
No âmbito do programa do evento, no dia 18, será prestada, às 14h30, no auditório nobre do campus, uma homenagem a Maria Sala, professora catedrática aposentada da Universidade de Barcelona, em reconhecimento do seu trabalho na área da Geografia, em particular no âmbito da erosão e degradação dos solos.
Paralelamente, realiza-se esta quarta-feira, dia 16, o workshop do projecto "Fuegored'; que visa promover a constituição de uma rede nacional de técnicos e investigadores no âmbito dos incêndios florestais em Portugal.
Fonte: Diário do Minho, em 16-03-2011

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