quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Defesa do Gerês seduz voluntariado ambiental

Há oito anos que as férias de Filipa Pedroso, de Odivelas, são passadas entre o Gerês e o Parque Natural de Montesinho.
Ao voluntariar-se para o programa de vigilância e prevenção de incêndios florestais no Parque Nacional da Peneda Gerês, organizado pela Associação Mãos à Obra (AMO) Portugal, Filipa fez o que faz normalmente nas férias. “Só que tenho de estar mais atenta” reconheceu ao 'Correio do Minho'.
Esta voluntária ainda tem fresca a “memória dramática” dos incêndios de 2010 no Parque Nacional na área do concelho de Terras de Bouro. Foi uma das campistas evacuadas do Parque do Vidoeiro. E foi um dos motivos que levou esta professora de filosofia a aderir ao projecto que conta com a parceria do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), através da direcção do PNPG, e da Secção de Braga do Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR.
“Todos os que gostamos disto, temos o dever de contribuir para que os incêndios não aconteçam” sustenta Filipa Pedroso que ‘gastou’ 12 dias das suas férias neste voluntariado.António Cid, de Lisboa, veio por quatro dias e ficou cerca de duas semanas, mas dá as férias por “bem investidas”. É outro dos voluntários que aderiu ao projecto de voluntariado ambiental que, até 30 de Setembro, decorre na área do concelho de Terras de Bouro.
Aos 47 anos, António Cid ainda não conhecia o Gerês, mas gosta de aventura e associou-se a esta campanha organizada pela AMO Portugal, entidade que dá continuidade ao movimento ‘Limpar Portugal’.
José Cid ainda não tinha ido embora e já estava com saudades, o que garante que as férias passadas por terras do Gerês têm um V de volta.
Foi o contacto com a natureza que o motivou para este projecto de voluntariado. Ele que foge dos roteiros e dos horários, admite que foi “mordido pela montanha', onde só “muito de vez em quando” os voluntários se cruzam com um pastor.
Mas “é preciso gostar” porque “exige esforço físico”, afirma António Cid.Este ‘expert’ de garantia num importador de automóveis, ainda ajudou a detectar pelo menos três incêndios numa fase inicial, tendo dado o primeiro alerta em duas situações.
Para Luís Alves, de 19 anos, estudante de Engenharia Topográfica, o voluntariado no Gerês foi uma forma de ocupar as férias. Residente em Guimarães, veio sozinho e reconhece que “foi difícil no início”, porque “no terreno é sempre a andar” e o esforço físico custa, sobretudo no primeiro dia.
Agora conhece melhor o Gerês e leva-o cartografado. Até já pensa em voltar para nova acção de voluntariado. “Não é todos os dias que se vê uma águia a sair do ninho” realça.Desde meados de Junho que cerca de meia centena de pessoas já estiveram no terreno. Até uma estudante polaca se associou à iniciativa.
Os mais de 280 inscritos para o voluntariado no Parque Nacional da Peneda-Gerês superam largamente as expectativas da organização, admite o vice-presidente da AMO Portugal e coordenador do projecto, Carlos Evaristo.
O responsável pela Secção de Braga do SEPNA, Capitão André Costa, realça a vertente de sensibilização subjacente à iniciativa.
Fonte: Correio do Minho, em 24-08-2011

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