quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Prémio Secil Universidades Arquitectura distingue cinco projectos – o projecto de mestrado “Carris [re]visitados” foi um dos distinguidos

Na 11.ª edição foram premiados cinco trabalhos, dois com menções especiais do júri: os projectos de Ana Rita Santos e Cláudio Gonçalves. O P3 esteve à conversa com eles
Depois de alguma espera, foram anunciados esta semana os cinco vencedores da 11.ª edição do Prémio Secil Universidades Arquitectura 2012, distinção, atribuída desde 2002, que premeia jovens talentos na área. Os projectos mais pontuados foram os de Ana Rita Santos e Cláudio Gonçalves, aos quais o júri, presidido por João Favila, atribuiu também menções especiais. David Monteiro, com o projecto “Academia de dança em Matosinhos”, e Marisa Oliveira, com “Academia de Dança”, ambos da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, e Inês Sanz Pinto, da Universidade Autónoma de Lisboa, com “Uma Ópera para o Tejo”, são os restantes vencedores.
Com o projecto de mestrado “Carris [re]visitados”, pelo qual recebeu 19 valores, Ana Rita Santos sugere um outro regresso às desactivadas minas de volfrâmio de Carris, Montalegre, situadas em pleno Parque Nacional da Peneda Gerês. “Foi um projecto muito pessoal”, conta a jovem de 24 anos, mestre pela Escola Universitária das Artes de Coimbra. “Interessavam-me espaços decadentes, que não tivessem um rumo contemporâneo.” Depois de alguma pesquisa, chegou àquele “espaço especial” a 1500 metros de altitude, alcançável depois de quatro horas de caminhada, nove quilómetros num “carreirinho”, o caminho antes utilizado pelos mineiros. Da primeira vez, o nevoeiro impediu-a de ver tudo; da segunda vez, descortinou a lagoa, as ruínas da aldeia de minério, tudo mais.
Numa paisagem tão “delicada”, um espaço tão “contemplativo”, Ana Rita quis respeitar o conceito de “paisagem-território”, elaborando um projecto em que a arquitectura se “abriga” debaixo da terra, debaixo da água. Rejeitou a reconversão, porque “as ruínas são importantes enquanto matéria do património”, e o projecto desdobrou-se em três — três “templos” para contemplar a montanha. O Hotel de 5 Quartos (“nada de turismo de massas”), o Abrigo de Água, para um chá a partir da lagoa, e o Buraco, uma biblioteca no interior das minas.
Um "mergulho" no Tejo
Tal como Ana Rita, também Cláudio Gonçalves ficou surpreendido com o prémio, em particular com a menção especial. (…)
Fonte: Público, em 1-08-2013

Sem comentários: