terça-feira, 2 de março de 2010

Comissão avalia Natur Parque

«Com um valor total que ascende aos 11 milhões de euros, a Assembleia Municipal de Terras de Bouro aprovou, em sessão extraordinária na segunda-feira, as grandes opções do plano e orçamento para o ano de 2010.
Os documentos foram aprovados por maioria, com treze abstenções, proporcionando assim ao novo executivo liderado por Joaquim Cracel Viana os instrumentos necessários à prossecução dos objectivos e políticas traçadas para o próximo ano.
Durante a Assembleia Municipal, presidida por Ricardo Gonçalves, estiveram em cima da mesa “a preocupante situação financeira do concelho” e a decisão do executivo em abandonar o projecto Natur Parque de Vilarinho das Furnas.
Durante a reunião, o presidente da Assembleia Municipal recomendou que fosse feita uma reavaliação do Natur Parque, tendo para o efeito sido constituída uma comissão para estudar aprofundadamente o projecto e verificar a sua viabilidade.
A comissão é constituída pela câmara municipal de Terras de Bouro, através do social-democrata Manuel Aguiar Campos e do socialista Vítor Mendes, pelos presidentes da junta de Brufe e de Campo de Gerês, Manuel Dias Alves e António Pires Oliveira, e pelo representante da Mesa da Assembleia Municipal, Avelino Soares.
De acordo com Ricardo Gonçalves, a comissão deverá reunir em breve para tomar uma decisão sobre o assunto.
Lembrando que o município de Terras de Bouro “tem muitas dívidas para pagar”, o presidente da Assembleia Municipal disse ao ‘Correio do Minho’ que o “projecto do Natur Parque tem que ser repensado”, mas na sua opinião “o projecto pode vir a ser concretizado no futuro”.
O Natur Parque “é um projecto herdado do anterior executivo do PSD, cuja primeira fase ascende a mais de um milhão de euros e que a sua concretização global ultrapassaria os três milhões”, refere a Assembleia Municipal em documento enviado à comunicação social.
“Grande esforço financeiro”
Este projecto considerado por alguns como “estruturante” e de forte componente de desenvolvimento par a o concelho, não tem a mesma avaliação por parte do actual executivo, liderado por Joaquim Cracel Viana, que o considera de “grande esforço financeiro não se antevendo que da sua implementação resulte um retorno efectivo para o município”.
No que se refere ao projecto do Natur Parque, o presidente da câmara de Terras de Bouro considera que “a prática de mergulho seria só para alguns” e que a aquisição de uma embarcação com fundo de vidro para observação subaquática da aldeia afundada de Vilarinho das Furnas não só representaria um forte investimento por parte do município, como “os encargos futuros com pessoal, seguros e manutenção representariam mais uma despesa difícil de suportar”.
‘A Furna’ quer ver concretizado o Natur Parque
Depois da manifesta intenção da Câmara Municipal de Terras de Bouro em abandonar o projecto do Natur Parque, a direcção da associação ‘A Furna’ (antigos habitantes de Vilarinho da Furna) interveio na Assembleia Municipal da passada segunda-feira, “manifestando todo o seu desagrado” com tal posição da câmara municipal.
De acordo com a intervenção lida na reunião extraordinária pelo tesoureiro da ‘Furna’, Hélder Nogueira, “ficamos surpreendidos porque a nova câmara municipal resolveu suspender o projecto sem sequer ouvir os interessados”.
“Dizer que o projecto terá que ser reavaliado e substituído por um outro é andarmos para trás pois este projecto já tinha por parte do ON.2 mais de 1,1 milhões de euros (75 por cento da candidatura) destinados à elaboração de estudos, projectos de limpeza e trilhos”, refere o mesmo documento.
E acrescenta: “a actual câmara não conhece o espaço, não tem interesse na valorização da sua terra, nem tem noção de que este tipo de iniciativas é que são vectores de desenvolvimento pois são este tipo de projectos que atraem turismo de qualidade”.
E finaliza: “é de lamentar que um projecto de excelência, que em 37 candidaturas da região Norte ficou em primeiro lugar, seja menosprezado pela câmara municipal”.»
Autora Vera Batista Martins, publicado no jornal o “Correio do Minho” em 31-12-2009

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